Comparando os Traços de Personalidade dos Diferentes Profissionais que Atuam na U.T.I.

Por psicosaude
22-07-16 | 15:02

Pusch, S. R; Youssef N.; Kummer, K.; Hilgemberg C.E; Réa-Neto,À

INSTITUIÇÃO: UTI – Hospital das Nações; CEPETI – Centro de Estudos e Pesquisa em Terapia Intensiva; Curitiba – Pr

 

INTRODUÇÃO: Acreditamos que o sujeito escolhe sua profissão conforme seus traços predominantes e que os traços de personalidade interferem nas atitudes e condutas dos indivíduos. Sabemos que a abordagem do traço não é, em si mesma, uma teria personalidade, mas uma orientação e um conjunto geral de métodos para a avaliação de características estáveis das pessoas.

 

OBJETIVO: Este trabalho teve como objetivo principal comparar os traços de personalidade dos diferentes profissionais que atuam na UTI.

 

METODOLOGIA: Utilização do teste psicológico 16PF (fatores de personalidade). O teste consiste em um questionário com 186 perguntas é aplicado de maneira individual com duração em torno de 1 hora. Para análise dos dados os profissionais foram separados por categoria, isto é, Grupo A) médicos/enfermeiros/psicólogos/fisioterapeuta. Grupo B) técnico de enfermagem e auxiliares. Grupo C) acadêmicos: medicina, enfermagem e psicologia. A comparação dos diferentes traços se deu através dos fatores globais.

 

RESULTADOS: Foram avaliados 31 profissionais que atuam na UTI, sendo eles: Grupo A: (4 médicos, 3 enfermeiros, 2 fisioterapeutas, 3 psicólogos), com média de idade 34 anos. Grupo B: (oito técnicos de enfermagem, dois auxiliares), com média de idade 28 anos. Grupo C: (nove acadêmicos), com média de idade 23 anos. Os resultados dos 5 fatores globais apontam para: extroversão (28,84%- prevalência abaixo do esperado) indicando inibição social; (46,16%-média) e (25%-acima da média esperada), indicando participação social e extroversão. O fator Ansiedade (14,4%- prevalência abaixo do esperado) indicando baixa ansiedade; (64%-média) e (21,6%- acima da média esperada) indicando alta ansiedade; O fator Rigidez de Pensamento (33% - prevalência abaixo esperado) indicando receptividade a novas idéias; (56%- média) e (11%- acima da média esperada), indicando inflexibilidade e firmeza. No Fator Independência (8%- acima do esperado), indicando dependência e acomodação, (70%- média) e (22%- prevalência abaixo do esperado), indicando independência. No Fator Auto- Controle (12%- prevalência abaixo do esperado) indicando descontrole e impulsividade; (66%-média) e (22%-acima da média esperada), indicando autocontrole. Grupo B: Extroversão (13,8%-abaixo do esperado); (49%-média) (37,2%-acima da média esperada). O Fator Ansiedade (22%-abaixo do esperado); (42%-média) e (32%-acima da média esperada). O Fator Rigidez de Pensamento (12%-abaixo do esperado); (41%-média) e (47%-acima da média esperada). No Fator Independência (46%-acima da média esperada); (24%-média) e (30%-abaixo do esperado). No Fator Auto-Controle (33%-abaixo do esperado), (56%-média) e (11%-acima da média esperada). Grupo C: Extroversão (8%-abaixo do esperado); (55%-média) e (36%-acima da média esperada). O Fator Ansiedade (23%-abaixo do esperado); (39%-média) e (38%-acima da média esperada). O Fator Rigidez de Pensamento (43%-abaixo do esperado); (42%-média) e (15%-acima da média esperada). No Fator Independência (41%-acima do esperado); (37%-média) e (22%-abaixo esperado). No Fator Auto-Controle (89%-abaixo esperado), (11%-média) e (0%-acima da média esperada).

 

CONCLUSÃO: Conclui-se que dentre os grupos avaliados, o grupo C se destacou dos demais grupos, onde a ansiedade, dependência e falta de controle estavam presente na maioria dos avaliados. As características apontadas como predominantes nas equipes nos orientarão para uma atuação e minimização do estresse que a própria profissão acarreta.

 

Fonte: Revista Brasileira de Terapia Intensiva – AMIB suplemento I – ano 2002. X Congresso Brasileiro de Terapia Intensiva.

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