TRAÇOS DE PERSONALIDADE PREDOMINANTE NO PROFISSIONAL QUE ATUA NA UTI
Por psicosaude22-07-16 | 15:00
Hilgemberg C.E; Pusch, S.R; Youssef, N.; Kummer, K.; Réa-Neto, Á.
INSTITUIÇÃO: UTI – Hospital das Nações; UTI – CEPETI – Centro de Estudos e Pesquisa em terapia Intensiva; Curitiba- Pr
INTRODUÇÃO: Este trabalho teve como objetivo principal identificar os traços de personalidades predominantes no profissional que atua na UTI. Acredita-se que cada sujeito escolhe sua profissão conforme seus traços predominantes.
METODOLOGIA: Utilização do teste psicológico 16PF, o qual baseia-se na teoria de que a personalidade é dividida em 16 fatores primários e 5 fatores globais. A avaliação para os fatores globais se dá a partir dos 16 fatores primários. O teste consiste em um questionário com 186 perguntas é aplicado de maneira individual com duração em torno de 1 hora.
RESULTADOS: Foram avaliados 31 profissionais que atuam na UTI, dentre estes, médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, psicólogos, técnico de enfermagem e acadêmicos (medicina, enfermagem e psicologia). Os escores mais freqüentes para os traços primários foram: Fator I “Brandura” (67,74% - acima da média esperada), indicando sensibilidade e harmonia; Fator O “Apreensão” (58%- acima da média esperada), indicando apreensão e indecisão; Fator E “Afirmação” (54,84% - prevalência abaixo do esperado),indicando humildade e cooperatividade; Fator Q3 “Disciplina” (51,61% - acima da média esperada) indica organização e perfeccionismo; Fator L “Confiança”(48,39% - acima da média esperada), indicando cautela; Fator F “Preocupação”,(41,94% - prevalência abaixo do esperado), indicando seriedade e prudência. Os resultados dos 5 fatores globais apontam para: Extroversão (35,48% - prevalência abaixo do esperado), indicando inibição social; (45,16% - na média) e (19,36% - acima da média esperada), indicando participação social e extroversão. Fator Ansiedade (3% - prevalência abaixo do esperado), a qual indica baixa ansiedade; (39% - ma média) e (58% - acima da média esperada), indicando alta ansiedade; Fator Rigidez de Pensamento (25,8% - prevalência abaixo do esperado), o que indica receptividade a novas idéias; (54,38% - na média) enquanto (19,82% - acima da média esperada), que indica inflexibilidade e firmeza. No Fator Independência (45,97% - prevalência abaixo do esperado), indicando dependência e acomodação, (41,03% - na média) e (13% - prevalência abaixo do esperado), indicando dependência. Fator Auto-Controle (87% - prevalência abaixo do esperado), indicando descontrole e impulsividade; (13% - na média), e (0% - acima da média esperada), indicando que nenhum dos entrevistados possui um elevado grau de autocontrole.
CONCLUSÃO: Conclui-se que os entrevistados apresentam como traços de personalidade primários predominantes a humildade, cooperatividade, prudência, seriedade, sensibilidade, harmonia, cautela e perfeccionismo. Para os fatores globais observamos que a maioria dos profissionais está na média no que diz respeito aos fatores: extroversão, rigidez de pensamento. O fator ansiedade mostra que o traço predominante foi de alta ansiedade; o fator Independência mostra que o traço de personalidade está tendendo a dependência e acomodação. O fator autocontrole mostrou que o traço predominante da equipe é o descontrole. As características apontadas como predominantes na equipe nos orientarão a uma atuação junta a equipe para minimizar o estresse que a própria profissão acarreta.
Fonte: Revista Brasileira de Terapia Intensiva – AMIB suplemento I – ano 2002. X Congresso Brasileiro de Terapia Intensiva.