UM ESTRESSOR DENOMINADO “RUÍDO”
Por psicosaude22-07-16 | 15:00
Hilgemberg C.E; Pusch, S.R; Youssef, N.; Kummer, K.; Réa-Neto, Á.
INSTITUIÇÃO: UTI – Hospital das Nações; UTI – CEPETI – Centro de Estudos e Pesquisa em terapia Intensiva; Curitiba- Pr
INTRODUÇÃO: O tema “um estressor denominado ruído” surgiu através dos dados de uma pesquisa realizada com 509 pacientes, internados em U.T.I, os quais indicavam um alto índice de queixa a respeito dos barulhos em geral na UTI.
OBJETIVO: Avaliar a prevalência do estressor ruído para os pacientes internados. Aferir os níveis de ruído na Unidade de Terapia Intensiva e identificar a compreensão e percepção dos profissionais que atuam na U.T.I.
METODOLOGIA: Foi aplicado um protocolo com uma pergunta semi dirigida junto à equipe com o objetivo de aferir e identificar os ruídos na UTI.; Utilizado os dados de uma pesquisa realizada com 509 pacientes, no período de fevereiro/2000 a janeiro/2001; concomitantemente utilização de um medidor de nível de pressão sonora tipo 1 (IEC 651) B&K modelo 2238, operando de modo estatístico para a determinação: do nível equivalente (Leq) que representa o nível de ruído médio em termos de energia sonora.
RESULTADO: A aferição realizada mostrou que a média espacial, o leq, situa-se em 61dB. Dos 509 pacientes avaliados, 127 queixaram-se de barulhos na unidade, sendo: 1) barulhos em geral (alarmes, quedas de objeto-36,30%); 2) conversa alta (33,88%); 3) pacientes gemendo (16,93%); 4) telefone (6,45%); 5) porta batendo (4,03%); 6) campainha (2,41%). Da equipe avaliada 75% responderão o protocolo de investigação dos estressores, sendo: 1) alarmes (92%); 2) barulho do respirador (84%); 3) conversa alta (80%); 4) telefone (64%); 5) campainha (28%); 6) pacientes gemendo (24%).
CONCLUSÃO: Observa-se que a média de ruído em nossa UTI é de 61 dB, a qual está acima do que é preconizado pelas normas brasileiras para o conforto acústico, (35 dB para noite 45 dB para o dia), sendo assim um indicador para a conscientização da equipe. Os três primeiros ruídos apontados pelos pacientes não apresentam uma grande diferença dos ruídos listados pela equipe. Tanto para o paciente, como para a equipe o maior “estressor ruído” são os barulhos que os alarmes produzem, os quais podem sugerir alguma intercorrência ao paciente causando um estresse a ambos devido á eminência de risco de vida.
Fonte: Revista Brasileira de Terapia Intensiva – AMIB suplemento I – ano 2002. X Congresso Brasileiro de Terapia Intensiva.